quarta-feira, 24 de março de 2010

Revolta ou Indignação?



A idéia do blog Ba e Bi é ser um espaço onde coloco as coisas que eu gosto, como em uma revista eletrônica, um diário. Aqui recebo comentários de pessoas que se tornaram amigas por gostarem das mesmas coisas que eu, que partilham dos mesmos interesses, dos mesmos hobbies, etc. É um blog destinado às coisas belas, e é prazeroso. 

Nunca tive a intenção de discutir temas polêmicos aqui. Mas hoje deu a conta. Como não sei para quem gritar, como gritar, ou como ser ouvida, deixo aqui, neste meu blog, meu silencioso grito de horror.


Enquanto ocorre o julgamento do casal Nardoni em São Paulo, já no seu terceiro dia e o advogado de defesa informa à imprensa - por livre e espontânea vontade - "não ter testemunha imprescindível", a mãe da vítima, Ana Carolina Oliveira, é mantida em confinamento a pedido do mesmo Sr. Adv. Roberto Padoval.


No confinamento ela apresenta sintomas de stress emocional, rói compulsivamente as unhas até sangrar, corre o risco de uma crise de pânico e pode ser assistida somente por seu médico. Esta incomunicável.


Não bastasse o que essa mulher viveu nos últimos três anos, ficar confinada por três dias?


Quem é esse Juiz Maurício Fossen, que permite uma situação dessas, quando o próprio Advogado de Defesa diz não ter "testemunha imprescindível"?


Que se proteja o direito da ampla defesa, mas, confinar esta senhora? Depois de tudo o que ela passou?


Não quero aqui discutir se são ou não culpados, se foram os Nardoni ou não. Meu julgamento eu guardo para mim.


Mas, não consigo calar um grito na garganta, uma profunda indignação, um nó. Me pergunto: que tipo de gente é esse advogado, Sr. Roberto Podval? Ele é humano? É gente? Onde estão os limites da ética? Há ética ou vale tudo? Sinto dizer, sinto muito, mas sinto nojo desse homem.
...



A imagem que ilustra esse post é o famoso quadro de Pablo Picasso, Guernica, que o grande mestre pintou "inspirado" pelos horrores nazistas e pelas dores e horrores da II Grande Guerra. Como todo artista da época e como todo pensador, ele também era seguidamente controlado por oficiais nazistas.

Diz a lenda que quando um oficial nazista viu Guernica, perguntou a Pablo Picasso: "Foi você quem fez isso?" E Picasso, após uma pequena pausa e reflexão respondeu: "Não, foram vocês." 

Essa foi a única imagem que me veio a mente neste momento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário